Compulsão

Quando o “X” da questão é a ansiedade, e não a:
( x ) comida em excesso
( x ) bebida em excesso
( x ) compras em excesso
( x ) sexo em excesso etc

“Eu só penso em comida! E quando estou ansioso é pior!”

Esse tipo de fala é bastante recorrente nos atendimentos. Muitas pessoas comem de forma exagerada (ou sem estar com fome) por causa do desconforto gerado pelas emoções (e a ansiedade é uma das que mais aparecem, mas coloca aí tristeza, alegria, raiva, etc).

Comer por ansiedade, por exemplo, é um sintoma. E, por isso, não é tratado com dieta, já que a origem do que está causando o problema é um sofrimento que impulsiona esse comportamento alimentar inadequado.

Falando, de forma prática, é a famosa “fome emocional”, e esse comportamento serve para regular as emoções através da comida (no caso do exemplo, mas pode ser qualquer um dos itens do título).

Esse comportamento acontece de maneira insaciável e cíclico:

Funciona mais ou menos assim:

1º) Uma situação vivida gera um sentimento desconfortável.

2º) Surgem pensamentos do tipo: “tenho que comer porque senão não vou aguentar passar por isso” ou “por causa disso o que está acontecendo, mereço uma recompensa”.

3º) A comida é ingerida no modo “piloto automático”, sem a possibilidade de se perceber o sabor, a sensação que aquele alimento provoca, a saciedade ou a quantidade ingerida.

4º) Nesta etapa surge a sensação passageira de alívio e, eventualmente, de prazer. Muitas vezes, nem acontece o alívio, apenas a redução do desconforto inicial, o que não chega a trazer prazer/satisfação.

5º) Ao perceber que comer foi a estratégia utilizada para lidar com a situação e com as emoções que ela trouxe, a ansiedade inicial aumenta e, junto disso, aparece a culpa, sensação de fracasso por ter comido, o medo de engordar – mesmo que isso seja imaginário.

6º) Os pensamentos voltam a girar em torno da dificuldade para lidar com tantos sentimentos e, novamente, surge a necessidade de fazer o mesmo comportamento como forma de alívio.

E, assim, o ciclo recomeça.

Como a terapia pode ajudar?

O que está em jogo aqui é administrar as emoções que são desconfortáveis. Esse é um dos pilares da Terapia focada nessa questão sob a ótica da TCC: entender e aprender a lidar com as situações sem usar a comida (ou bebida, compras, jogos, sexo etc).

Fonte Consultada:

LEAHY, Robert, TIRCH, Dennis, NAPOLITANO, Lisa. Regulação Emocional em Psicoterapia. Porto Alegre: Editora Artmed, 2013.